Gays & afinsSem categoria – Gays & afins http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br Thu, 16 Feb 2017 20:52:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Drag que apresenta a Parada LGBT faz bazar com itens de Carnaval de R$ 10 a R$ 700 http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/02/16/drag-que-apresenta-a-parada-lgbt-faz-bazar-com-itens-de-carnaval-de-r-10-a-r-700/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/02/16/drag-que-apresenta-a-parada-lgbt-faz-bazar-com-itens-de-carnaval-de-r-10-a-r-700/#respond Thu, 16 Feb 2017 20:51:36 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=215 Carnaval vem virando a esquina e o folião desprevenido ainda não tem fantasia para rasgar? Pois tem uma fada-madrinha pensando.

A drag Tchaka, A Rainha das Festas, mantém aberto até o fim da folia seu apartamento no Baixo Augusta, onde está vendendo 300 peças que usou para se montar no último ano.

Os figurinos foram usados em situações como a Parada LGBT, que ela apresenta, ou os chás de bebê e de cozinha que anima.

Há uma variedade de sapatos, corseletes, vestidos, perucas, ornamentos de cabeça e muita bijuteria. As peças vão de R$ 10 (bolsas já usadinhas) a R$ 700 (um par de sapatos Fernando Pires cravejados de cristais austríacos).

Para marcar um horário, é só entrar em contato com a artista no Facebook.

Confira abaixo algumas das opções carnavalescas.

 

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Barbearia em SP dá 20% de desconto para homens gays http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/02/03/barbearia-em-sp-da-20-de-desconto-para-homens-gays/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/02/03/barbearia-em-sp-da-20-de-desconto-para-homens-gays/#respond Fri, 03 Feb 2017 13:51:15 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=209
Barba, cabelo e bigode, com 20% de desconto. Mas só para os barbudos que gostem de outros bardudos. Uma barberia no bairro paulistano de Pinheiros oferece, entre os dias 6 e 11 de fevereiro, desconto para homens que se auto-declararem gays. O blog conversou com a barbeira Mirella Floren, criadora da ideia.
DescontoLGBT
O que te levou a fazer uma promoção só para gays?
Muitos clientes gays comentam a diferença de tratamento. Infelizmente em algumas barbearias o ambiente ainda é cheio de machismo e preconceito. Acho de extrema importância que todos sejam recebidos com o maior respeito independente da classe, raça e claro, orientação sexual. A ideia é desconstruir o conceito de que barbearia é um ambiente só para “macho”. O bem-estar do cliente e o respeito para com ele é o mais importante aqui. 
Você vai tirar esses 20% do seu bolso, ou a barbearia que vai arcar?
A promoção foi um combinado entre eu e o dono da barbearia. Vamos dividir os custos do desconto e o farei com o maior prazer.
Como foram as reações?
Os rapazes ficaram super empolgados, já falando que vão avisar os amigos, namorados.
Algum colega barbeiro criticou a ideia?
Nenhum.
(CHICO FELITTI)
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Conheça a história da modelo Manauara, a 1ª moradora de centro de acolhida para LGBTs sem lar http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/01/29/conheca-a-historia-da-modelo-manauara-a-1a-moradora-de-centro-de-acolhida-para-lgbts-sem-lar/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/01/29/conheca-a-historia-da-modelo-manauara-a-1a-moradora-de-centro-de-acolhida-para-lgbts-sem-lar/#respond Sun, 29 Jan 2017 21:05:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=199 Aberta na última semana na Bela Vista, centro paulistano, a Casa1 é uma república custeada com uma vaquinha virtual para dar abrigo a LGBTs maiores de 18 anos que são expulsos de casa por serem quem são.

A Casa1, na Bela Vista
A Casa1, na Bela Vista


Cada morador pode ficar lá por até três meses –o período pode ser prolongado ou encurtado, dependendo das circunstâncias.  A modelo Maria Letícia Manauara, 24, foi a primeira a chegar lá. Mora no sobrado de dois andares desde janeiro, quando o lugar ainda estava em obras.

Conheça parte da sua trajetória contada por ela mesma:


“Meu nome é Maria Letícia. Mas todo mundo me chama de Manaura, porque eu sou de Manaus. Nas redes sociais eu uso Manauara Clandestina. Tenho 24 anos e moro aqui na Casa1 desde janeiro. Fui a primeira a chegar.

Estava morando em Campinas, numa república, mas daí acabou a grana e tivemos que sair. Não tinha onde ficar. Um fotógrafo me disse que iam abrir aqui. Disse para eu mandar uma mensagem, que eles iam demorar para responder, mas iam responder. Mandei e não demorou nem dois dias. O Iran [Giusti, jornalista e ativista que fundou o lugar] até enviou uma grana pra mim, me ajudou a vir de volta pra cá.

A modelo Manauara
A modelo Manauara

 

Entrei quando ainda estava em obras. A gente ajudou a organizar, limpar, fazer de um tudo. Aquela ali, no canto, entre as duas janelas, é minha cama. Estamos em cinco pessoas atualmente, mas acho que cabe umas 20 pessoas aqui.  Um menino que chegou hoje foi expulso de casa pela família, que descobriu que ele era gay, ontem.

A gente se dá bem. É bom ver que as pessoas passam por umas coisas parecidas. Sou a mais velha, então tento ser firme.

Eu quero continuar modelando. A moda precisa de uma visibilidade travesti. Se estilistas e fotógrafos precisarem de uma modelo, saibam que eu estou aqui. É o que eu amo fazer. Também toco em festas. Toquei recentemente numa que chama Afrontamento, de ritmos afro.

O quarto de Manauara
O quarto de Manauara

 

Sou filha de pastores evangélicos. Comecei a fazer faculdade de design, mas não era a minha.

Até eu me assumir, era uma coisa, depois virou completamente outra. Pararam de me chamar para o almoço. Ameaçaram me expulsar. Eu disse que não ia sair, não tava causando problema para ninguém. Mas acabei saindo e vindo para São Paulo. A gente não tem mais contato.

Tive que fazer vários lances nesse percurso. Eu não gosto de fazer programa. Tem as amiga que fazem com prazer, tão lá e curtem. Eu não. Apanhei pra porra na rua. Já tive que correr pra não morrer, aqui no centro. Já dei porrada também. É louco agora morar aqui, me sentir acolhida no centro da cidade em que já fiquei desalojada.”

Quarto da Casa1
Quarto da Casa1


(CHICO FELITTI)

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O meu divórcio gay http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/01/13/o-meu-divorcio-gay/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2017/01/13/o-meu-divorcio-gay/#respond Fri, 13 Jan 2017 11:33:06 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=13 (Fot
(Fot

Então agora você é solteiro. Tá aí sozinho, reaprendendo a andar em dois pés, depois de ser por um tempo uma entidade quadrúpede, lenta, mas estável. Se vê dividido. Reduzido a uma boca, dois olhos, duas pernas e dois braços, que às vezes ficam preenchidos por vazio.

Tem o momento em que parece que arrancaram futuro e passado, deixando só um presente que você não quer abrir. Tem o momento em que a vida parece uma árvore de Natal que nunca é desmontada, cheia de presentes. E tem o momento que nem um nem outro.

Manhãs e altas madrugadas se tornam horas complicadas, quase insuportáveis. Objetos idiotas como xícaras de café sujas por uma semana e meias desparceiradas ganham o poder de te comover por um tempo, pode se preparar. Os domingos esticam de tamanho e ficam enormes como uma casa sem móveis. As fotos passam a ser lâminas.

Como é mesmo que se vive em dose individual?

Vá aos amigos. Eles vão te receber com o sorriso que diz “bem-vindo de volta”. Todo casal não deixa de ser uma ilha. Outros não vão falar contigo assim tão cedo, e não é por mal, mas porque o telefone que está na agenda do seu celular nem é mais o certo. Faz tanto tempo assim? Não parecia.

Vá à família. Seus irmãos, suas primas, suas madrinhas, seus avós, seus cachorros. Sua mãe e seu pai. Eles podem não te entender por um minuto do ano, e você discorda deles na maior parte do tempo, se tiver um quarto de sensatez em si. Mas, havendo justiça na vida, eles te querem bem.

Vá ao cinema. Sente-se no escuro e, sem ninguém te ver, admita o clichê horroroso que é passar por isso. Como existir é comum! Escondido, abrace o seu drama, que parece maior do que o dos refugiados sírios –mas nunca diga isso em voz alta, nem escreva no Facebook. Vá ver algo que vai te fazer rir um pouco também, porque qualquer coisa vai te fazer chorar. O Adam Sandler tá aí para isso.

Vá a tudo menos ao fundo de si mesmo sozinho. É difícil pensar em outra coisa que não em você agora, é verdade, mas periga você se perder. E tá tudo bem caso se perca um pouco. As coisas práticas que esperem, ou que se fodam se não puderem esperar um pouquinho.

Vá ao encontro do seu corpo. Cansado, ele te faz lembrar que você é tripa e sangue e músculos outros que não o coração. Esporte é canseira. Balada é canseira. Conversas de quatro horas são canseira. E o cansaço é uma conquista só sua.

Vá a encontros, quando for hora. Você vai ter que sair num date. E ser a melhor versão de você. Então lembre-se do seu ângulo mais anguloso. Enfie-se na sua camisa mais bonita. Ensaie as mais impressionantes histórias que dá para ordenhar da sua vida sem mentir –muito. Essas são suas armas pra voltar à guerra que é amar. “Eu queria ser a pessoa que finjo ser no primeiro encontro”, já diria Gael Rodrigues, o itabaianense mais paulistano do centro.

Mas, antes de sair, olhe-se bem no espelho. Reconheça os pedaços de você que vieram da pessoa que você amou até anteontem. Agradeça. Ela continua com você, por mais que não esteja mais aí. E siga em frente. Porque agora você é solteiro.

 

(CHICO FELITTI)

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Motoqueiro rouba peruca de drag queen em Guarulhos; suspeita-se de gangue especializada http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/10/24/motoqueiro-rouba-peruca-de-drag-queen-em-guarulhos-suspeita-se-de-gangue-especializada/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/10/24/motoqueiro-rouba-peruca-de-drag-queen-em-guarulhos-suspeita-se-de-gangue-especializada/#respond Mon, 24 Oct 2016 13:34:13 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=191 Rita von Hunty, uma drag queen que se apresenta como “mãe de 16 crianças, esposa de cinquenta e ponto de interrogação anos e do lar”, tinha acabado de fazer um show no centro de Guarulhos na madrugada do sábado, 22, e estava prestes a se despir do personagem, que ganhou popularidade quando ela participou do reality show competitivo “Academia de Drags”.

Mas um larápio foi mais rápido que a artista, que narra a cena: “Eu estava saindo da boate, com um pé ainda na calçada e outro na rua, quando vejo uma moto vindo em alta velocidade. Pensei que fosse ser atropelada.”

Não foi, o motoqueiro passou rente ao seu corpo, estendeu a mão e surrupiou uma peruca Lili Hair, que ela já tinha tirado da cabeça e carregava nas mãos, encaixada num busto de isopor. A moto foi embora com a peça, avaliada em R$ 300.

Rita von Hunty e a peruca furtada
Rita von Hunty e a peruca furtada

Artistas da região dizem que furtos são comuns em Guarulhos. “Ih, já aconteceu com todo mundo”, diz Scheyla Winwin, “se não é a peruca, é a bolsa. Conheço até quem já perdeu sapato numa dessas”.  Os roubos foram apelidados por LGBTs locais de Guarelza (Guarulhos + Elza, ou roubo, em pajubá).

A Polícia Civil de Guarulhos afirma poder não comentar o assuno, já que von Hunty não reportou o furto.

(CHICO FELITTI)

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Prefeitura afirma que só retirou bandeiras do arco-íris do centro paulistano para trocá-las por novas http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/10/10/prefeitura-afirma-que-so-retirou-bandeiras-do-arco-iris-do-centro-paulistano-para-troca-las-por-novas/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/10/10/prefeitura-afirma-que-so-retirou-bandeiras-do-arco-iris-do-centro-paulistano-para-troca-las-por-novas/#respond Mon, 10 Oct 2016 20:52:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=187 A Prefeitura de São Paulo afirmou ao blog que as bandeiras do arco-íris que ornamentavam o largo do Arouche, no centro da cidade, voltarão para o seu lugar ainda em outubro.

A notícia vem após um grupo de ativistas ter pendurado clandestinamente duas bandeiras do arco-íris no Arouche, como protesto pela retirada dos símbolos.

Bandeira colocada (e retirada) pela prefeitura (Foto Divulgação)
Bandeira colocada (e retirada) pela prefeitura (Foto Divulgação)

Diz a nota enviada ao Gays & Afins: “As bandeiras que estavam no largo do Arouche eram provisórias e, por isso, feitas a partir de um material frágil e já aparentavam desgaste. Após a definição de que elas se tornariam permanentes, as antigas foram retiradas para que 25 novas bandeiras – feitas com um material mais resistente- sejam instaladas ainda em outubro.”

Bandeira hasteada no Arouche por grupo LGBT (Chico Felitti, Folhapress)
Bandeira hasteada no Arouche por grupo LGBT (Chico Felitti, Folhapress)

Na tarde da segunda (10), uma das duas bandeiras hasteadas pelo coletivo Coletivo Arouchianos havia sido retirada. A outra, no centro da praça que dá nome ao largo, continuava lá.

 

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Grupo LGBT recoloca bandeiras do arco-íris que prefeitura havia retirado do largo do Arouche http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/10/10/grupo-lgbt-recoloca-bandeiras-do-arco-iris-que-prefeitura-havia-retirado-do-largo-do-arouche/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/10/10/grupo-lgbt-recoloca-bandeiras-do-arco-iris-que-prefeitura-havia-retirado-do-largo-do-arouche/#respond Mon, 10 Oct 2016 14:28:04 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=177 Bandeira hasteada no Arouche por grupo LGBT (Chico Felitti, Folhapress)
Bandeira hasteada no Arouche por grupo LGBT (Chico Felitti, Folhapress)

“Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser”

Em vez do Hino Nacional, dezenas de LGBTs cantavam palavras de ordem como essa quando hasteavam duas bandeiras do arco-íris em postes do largo do Arouche na noite do domingo (9).

A cerimônia era um protesto do Coletivo Arouchianos contra a retirada de sete bandeiras com as cores que representam a comunidade, e haviam sido instaladas no Arouche pela prefeitura em 28 de junho, no Dia do Orgulho LGBT.

Dezenas de ativistas recolocam a bandeira LGBT, tirada pela prefeitura (Chico Felitti Folhapress)
Dezenas de ativistas recolocam a bandeira LGBT, tirada pela prefeitura (Chico Felitti Folhapress)

Após um abaixo-assinado para que as bandeiras ficassem lá definitivamente reunir mais de 5.000 assinaturas, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos afirmou à época que a homenagem seria definitiva, e que estava em seus planos hastear bandeiras em outras vias da vizinhança. Duas semanas depois, sumiram as bandeiras.

“Estamos aqui homenageando todo o sangue que foi derrubado. Toda a opressão que a gente sofreu e sofre, pra poder botar a cara no Sol, poder dizer ‘Eu sou viado'”, disse o ativista Rodrigo Costa, que trepou no poste com a ajuda de uma escada, sem ter de tirar o salto alto abotinado para isso.

Bandeira colocada (e retirada) pela prefeitura (Foto Divulgação)
Bandeira colocada em junho (e retirada semanas depois) pela prefeitura (Foto Divulgação)

A manifestação aconteceu durante um evento de dança, com apresentação de coreografias de música pop sobre salto alto.

“Nós somos umas bichas loucas que batem o cu no chão. Mas também temos um cérebro que vai pensar em cultura e em como lutar. Porque a gente está morrendo. Se não é você, é um amigo seu”, disse  Costa, o mestre de cerimônias da noite, quando convidou as pessoas para o acompanharem no hasteamento.

 

O ativista Rodrigo Costa sobre, de salto, no poste para hastear a bandeira (Chico Felitti Folhapress)
O ativista Rodrigo Costa sobre, de salto, no poste para hastear a bandeira (Chico Felitti Folhapress)

Havia apreensão de que a polícia militar fosse intervir, o que não aconteceu. “Mesmo que daqui a três dias alguém tire essa bandeira, seja a prefeitura ou um LGBTfóbico, ele vai ter tirado só a bandeira, não as nossas cores”, disse o ativista.

Na manhã da segunda, as bandeiras ainda estavam no Arouche. Procurada pelo blog, a prefeitura não respondeu por que tirou as bandeiras que havia hasteado e o que planeja fazer com as flâmulas dos ativistas.

(CHICO FELITTI)

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Filme mostra intimidade de Jean Wyllys e revela ameaças ao deputado http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/filme-mostra-intimidade-de-jean-wyllys-e-revela-ameacas-feitas-ao-deputado/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/filme-mostra-intimidade-de-jean-wyllys-e-revela-ameacas-feitas-ao-deputado/#respond Fri, 30 Sep 2016 11:19:51 +0000 http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/29503505635_eab9e0dce4_k-180x101.jpg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=164 O documentário “Entre os Homens de Bem” começa com cenas do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) numa sessão de descarrego da umbanda, às vésperas de sua reeleição, em 2014. Ele é banhado, sacudido, espanado com ervas, purificado.

A câmera dos diretores Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros filma tudo, quase como se botasse Wyllys no segundo reality show de sua vida –em 2005, ele saiu vencedor do “Big Brother Brasil” apontando o dedo para as piadinhas homofóbicas dos outros participantes do programa.

No documentário, a arena é outra: os corredores do Congresso Nacional e os palanques cariocas. Vez ou outra, o filme entra dentro da casa do deputado e o flagra despojado, torcendo pela cena do primeiro beijo entre homens da TV aberta, na novela “Amor à Vida” (2013). Também mostra as ameaças que o primeiro parlamentar abertamente gay do Legislativo brasileiro é vítima.

“À primeira vista, achei que ele fosse mais uma subcelebridade na política”, disse Barros, logo após o filme ter feito sua estreia, no Festival de Brasília. “Depois, começou a me chamar a atenção o fato de ele ser um político que ganhou fama na Globo e de ter sido eleito pelo partido mais à esquerda do espectro do Congresso Nacional.”

Os diretores paulistas acompanharam o parlamentar por mais de três anos. Jornalista de formação, Barros diz que idealizou o filme após publicar uma reportagem que perfilava o deputado para “Rolling Stone”, em 2011 –os retratos do deputado posando com boina de Che Guevara na capa da revista geraram controvérsia, já que o guerrilheiro argentino não era lá dos mais afeitos aos LGBT.

O documentário mostra Wyllys como um deputado pop, ovacionado na rua, parado a todo momento para tirar selfies e um sujeito que sabe bem o poder das  redes sociais e a popularidade que tem ali. É das redes, aliás, que brota a maioria das ameaças de morte, mostradas na íntegra na tela: “Deveria morrer igual aos outros viados” é uma das muitas intimidações que pululam.

“Ele sabia que enfrentaria uma reação, mas não acho que ele passou incólume por elas”, crê Barros. “Acho até que ele era uma pessoa mais leve antes delas e que ficou mais aguerrido depois delas.”

“Entre os Homens de Bem” será exibido no Festival do Rio, a partir de 6/10, e ainda não se sabe se entrará em circuito comercial. “Ainda não há distribuição, mas também não temos o fetiche de colocar o filme no cinema só por colocar”, diz Barros.  (GUILHERME GENESTRETI)

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“Eu não tirei ninguém do armário”, diz colunista que publicou vídeo íntimo de Alexandre Borges http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/09/28/eu-nao-tirei-ninguem-do-armario-diz-colunista-que-publicou-video-intimo-de-alexandre-borges/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/09/28/eu-nao-tirei-ninguem-do-armario-diz-colunista-que-publicou-video-intimo-de-alexandre-borges/#respond Wed, 28 Sep 2016 21:25:10 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=157 “Eu não tiro ninguém do armário”, disse algumas vezes o colunista de celebridades Leo Dias, que assina uma página diária no jornal carioca “O Dia” e tem um dos blogs de fofocas mais acessados do país. Acontece que no dia 16 de setembro, uma sexta, Dias foi o primeiro jornalista a publicar um vídeo caseiro do ator global Alexandre Borges com três mulheres em um quarto –uma delas em seu colo.

Calhou de elas serem transexuais e desse fato ter ganho ênfase nas notícias, o que levantou a grita de ativistas dos direitos LGBT. O blog conversou sobre a polêmica com Dias.

 

O colunista Leo Dias na cerimônia do Prêmio Jovem, em setembro de 2016 (Foto Divulgação)
O colunista Leo Dias na cerimônia do Prêmio Jovem, em setembro de 2016 (Foto Divulgação)

 

LEO DIAS – Posso eu começar?
GAYS & AFINS – Fica à vontade.
DIAS – Bom, eu dei uma entrevista pro Aguinaldo Silva um ano atrás dizendo que nunca mais tiraria alguém do armário. Estou de consciência limpa. Até porque eu não tirei ele do armário. Ele não é gay, aquilo é predileção, não é orientação sexual. Ele continua sendo hétero. Eu pensei o seguinte: se fosse uma loirinha gostosinha sentando no colo dele, eu publicaria o vídeo? Publicaria. Agora, eu não vou publicar porque é uma travesti? Daí me criticaram por ter usado a palavra “travesti” no título. Teria usado a palavra “loirinha”, se fosse uma loirinha.

G&A – Você foi criticado, inclusive por ativistas LGBT, por ter publicado o vídeo de um momento íntimo e dado ênfase ao fato de serem mulheres trans…
DIAS – Há um questionamento muito grande de eu ter publicado o vídeo no blog. Disseram que eu acabei com a vida dele, que ele tem filhos. Ouvi: “O que uma pessoa faz entre quatro paredes não interessa a ninguém”. Essas pessoas não conhecem meu trabalho. Gente, eu falo da vida dos famosos. O engraçado é que ele pode ir para a “Caras” e posar de família feliz. Eu dei a notícia da separação dele e da Julia Lemmertz e ninguém disse isso.

G&A – Mas isso não é a mesma coisa que tirar alguém do armário?
DIAS – Quando eu falo tirando alguém do armário é dar uma nota insinuando que alguém é gay. Ele não é gay, foi só inocente. Se vai dar uma festinha com duas três pessoas desconhecidas, tem que pegar o celular de todo mundo antes de fazer qualquer coisa.

G&A – Publicar o vídeo foi um dilema?
DIAS – Uma semana antes de publicar o vídeo, eu publiquei uma nota dizendo o que aconteceu, mas sem dar nomes, porque não tinha o vídeo. Recebi o vídeo na sexta mesmo, de uma fonte. Mas logo percebi que viralizou, outras pessoas tinham. A gente procurou a assessoria do Alexandre Borges e a pergunta deles foi: “Há negociação?”. A nossa resposta foi: “Hoje, não”. Seria só uma questão de tempo, porque as outras redações iam receber logo mais.  É um pouco de hipocrisia, sabe? Todo mundo compartilha no grupo do Whatsapp, agora não pode colocar no blog. Eu tive que interromper uma reunião do meu chefe para pedir autorização. Eu não publico o que me dá na cabeça.

G&A – Dois meses atrás você publicou que Maria Bethânia estaria namorando a estilista Gilda Midani. Não é a mesma coisa?
DIAS – Nesse caso, eu não estou tirando ninguém do armário, estou tentando diminuir o preconceito, tratar como uma coisa normal. Eu acho que eu sou um gay retrógrado, porque eu vejo o pensamento da minha sobrinha. Ela acha normal mulher beijar mulher e depois ir lá beijar homem. Acha natural. Eu custo a entender a bissexualidade. Eu acho o putão muito mais normal do que o bissexual.

G&A – O que você achou da matéria feita por um jornalista canadense que entrou em aplicativos gays de pegação e revelou quais atletas olímpicos tinham perfis ali?
DIAS – Eu dou a notícia quando alguém está no Tinder. Grinder [aplicativo gay] não dou nunca. Porque um é para namoro, outro para sexo. É mais invasivo. Se eu souber que está dando match com homem eu não dou.

G&A – Então qual é o crivo para decidir se vai publicar sobre a sexualidade de alguém ou não?
DIAS – É péssimo falar isso, mas muito vai do meu relacionamento com a pessoa. Tem uma cantora famosa, bem famosa mesmo, que está namorando um cara que é gay. E eu perguntei para ela: “Você está namorando um gay?”. E ela disse “Mas ele não é, Leo.” E ele é. Mas eu não vou publicar nada. Tem também saber o quanto a pessoa expõe a vida. Se a pessoa vai para a “Caras”, para o camarote da Brahma, vai depois pagar de recatado? A Mariana Ximenes, por exemplo. Faz dois anos que ela namora um italiano e ninguém sabe a fuça do cara. Ela sabe se preservar.

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Homens contam o que os leva a posar pelados, e de graça, para fanzines gays http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/09/23/homens-contam-o-que-os-leva-a-posar-pelados-e-de-graca-para-fanzines-gays/ http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/2016/09/23/homens-contam-o-que-os-leva-a-posar-pelados-e-de-graca-para-fanzines-gays/#respond Fri, 23 Sep 2016 17:39:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16179453.jpeg http://gayseafins.blogfolha.uol.com.br/?p=146 “Quando eu dizia que não precisava do dinheiro, que tinha feito porque queria, um repórter português ficou abismado. Não acreditou.” Uns meses atrás, Marisa Orth me contou que a maior incompreensão da sua carreira profissional não passou pelo palco ou pela tela da TV, e sim pelas páginas da “Playboy”.

Toda vez que era questionada sobre o motivo que a levou a se despir para a revista, era sincera: vários fatores, mas não a grana.

Uma lógica parecida permeia um novo movimento editorial LGBT.  Fanzines eróticos abundam.  Há o mineiro “Chicos”, que virou festa e livro, com financiamento coletivo. No centro de São Paulo nasceu o “Snaps“, que faleceu e agora dará lugar ao mais explícito “KCT”.

Todos usam como modelos gays que posam gratuitamente, mostrando seus rostos, corpos e identidades. O blog conversou com dois deles para saber o que os motivou a vir a público como vieram ao mundo.

O meterologista Fabiano, em foto do fanzine "Snaps" (Foto Gianfranco Briceño/Divulgação)
O meteorologista Fabiano, em foto do fanzine “Snaps” (Foto Gianfranco Briceño/Divulgação)

 

Fabiano, 35, meteorologista

O que te levou a posar pelado de graça?
O meu motivo para posar pelado é porque o projeto era do Gianfranco Briceño, [fotógrafo do “Snaps” e criador do “KCT”]. Tipo, teve uns aí que pediram antes, mas não quis.

Teve alguma vaidade envolvida?
Tem o lance de ficar exposto por pura vaidade, sim, numa foto de um fotógrafo de quem eu gosto! A foto tá ali, eu olho pra ela e gosto muito! Eu me comeria. Não tenho problema com nu, com anonimato nem nada. Até minha mãe viu. E aprovou!

Alguém te procurou depois da publicação das fotos?
Sim, no Instagram e no Facebook. Uns foram bem diretos, outros bem simpáticos, mas minha postura sempre foi a mesma. Acho até engraçado. Muita gente com essa fantasia louca de pegar alguém que saiu pelado na revista, num zine , nas redes… Sair pelado é ficar mais exposto. É bom pro ego, saber que tá podendo. Mas cadê jantar? Cade flerte? Povo tá muito direto! Eu, pelo menos, curto um momento romântico de descobrir coisas e tal.

 

Gabriel Cadete, em foto feita para o fanzine "Chicos" (Foto Fábio Lamounier e Rodrigo Ladeira/Divulgação)
Gabriel Cadete, em foto feita para o fanzine “Chicos” (Foto Fábio Lamounier e Rodrigo Ladeira/Divulgação)

Gabriel Cadete, 28, publicitário

Para que projeto você posou? Quando e onde foi a sessão de fotos?
Eu posei para o “Chicos” (site e livro) e pra “KCT” (zine do Gianfranco, mesmo fotógrafo do ”Snaps”), mas esse último não foi lançado ainda, está na fase de arrecadação. As fotos foram feitas nos apartamentos que eu morava na época de cada projeto.

O que te motivou a posar nu?
Várias coisas. Eu sempre fui muito grilado com minha aparência e com meu corpo. Sempre me achei magro demais. Umas épocas me achava peludo demais, outras de menos. Aí eu decidi achar o meio termo entre aprender a gostar do meu corpo e, ao mesmo tempo, começar a cuidar mais dele. E um dos motivos de tudo isso é que nunca tive ninguém pra conversar sobre o assunto. Como o projeto era, no mínimo, uma conversa sobre isso, achei legal participar. Existem muitos tipos de corpo por aí e todos merecem que seus donos gostem deles. Muitas anos antes, eu saía com um fotógrafo que queria muito me fotografar e eu não deixava exatamente por isso, por ser muito magro, por querer fazer mais tatuagens antes etc. E agora eu estou numa fase diferente, entendendo que nosso corpo não “é”, ele “está”: minhas fotos pelado são de mim em novembro de 2015; hoje eu já sou outro (fiz novas tatuagens, engordei um pouco), amanhã serei outro (terei rugas, cabelos brancos), e por aí vai.

Quanto de vaidade e quanto de ativismo você reconhece na sua decisão?
Sim, tem um pouco das duas coisas, obviamente eu queria mostrar meu corpo pois tenho hoje um orgulho dele que nunca tive na vida, ele sempre esteve muito coberto. Mas foi também pois eu não lembro de ver corpos como o meu na TV, no cinema, em revistas ou em filmes pornôs (que, querendo ou não, acabam sendo o primeiro contato da maioria com o mundo gay) quando eu era jovem. Ainda vejo pouco, na verdade. Ou vemos o magrelo sendo o reprimido, a vítima, o cara que ninguém quer. A parte política foi essa, de representatividade, da ideia de ter corpos “comuns” ali. Talvez algum outro menino magrelo possa ver um ensaio como esse um dia e começar mais cedo a se aceitar?

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