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gayseafinsO blog, editado pelos jornalistas Chico Felitti, 30, Guilherme Genestreti, 31, Pedro Diniz, 28, e Silas Martí, 32, trata de assuntos relacionados ao universo LGBT. Conheça os autores, que escrevem para a Folha nas áreas de cultura e comportamento.

 Chico Felitti, editor-assistente da “Serafina” (interino). Quando saí do armário? Em casa não tem armário, só arara; pista predileta: a da Lôca, mas só visitei platonicamente no último ano e meio; uma diva: Gal Costa; um drink: Tom Collins; um bar: Barouche (SP); uma cidade:Istambul (Turquia); senti preconceito quando: o meu mesmo quando penso em me corrigir ao dar “pinta”; senti amor quando: vi dois caras de mão dadas no largo do Arouche, aos nove anos; estado civil: esperando o namorado tirar um dia de folga pra estabilizar a união no cartório; herói LGBT: um geólogo amigo do meu pai que também era bailarino

Guilherme Genestreti, repórter de cinema da “Ilustrada”. Quando saí do armário? Um ex-namorado me chutou para fora dele; pista predileta: a da Lôca de uns dez anos atrás, universidade sentimental da minha geração; uma diva: Mick Jagger. Me deu umas aulas sobre como requebrar;um drink: caipirinha mesmo. Gosto do sal –ou melhor, do açúcar– da terra; um bar: qualquer um que não tenha aquelas luzes de consultório odontológico; uma cidade: Nova York (EUA). Ou Barcelona, mas sempre no verão; senti preconceito quando: me escalavam por último na aula de educação física; senti amor quando: um me pediu para não pegar aquele avião, quando outro me chamou pra cair na estrada com ele; estado civil: solteiro, sim; herói LGBT: quem atirou a primeira pedra, ou tijolo, na rebelião de Stonewall, em 1969

Pedro Diniz, colunista de moda. Quando saí do armário? Nunca saí porque nunca me senti dentro dele; pista predileta: qualquer uma que ninguém te julgue; uma diva: Nina Simone; um drink: uísque com duas pedras de gelo, uma de água e outra de Pink Floyd no talo; um bar: qualquer um que sirva suco, porque só bebo em casa; uma cidade: Praga (em maio) e Recife no Natal; senti preconceito quando: no shopping, aos 15, peguei na mão de um ficante e um senhor pediu que parássemos porque havia crianças por perto. Eu era uma; senti amor quando: minha mãe disse que eu tinha bom gosto para escolher namorado; estado civil: duas alianças que se encontram nos fins de semana; herói LGBT: Rafael Barbosa de Melo, apedrejado e morto aos 14 anos no Espírito Santo. Costurava vestidos para bonecas e sofria bullying no colégio pelo jeito “diferente” de andar. Homofobia não consta na certidão de óbito

Silas Martí, repórter de artes plásticas da “Ilustrada”. Quando saí do armário? Em casa também não tem armário, só arara, nunca teve; pista predileta: a Lôca foi onde tudo começou, mas agora onde houver qualquer lampejo de glamour numa festa em ruínas; uma diva: Anna Karina; um drink: negroni/dry martini/Manhattan/gin tônica/Ok, sou alcoólatra; um bar: Frank (SP); uma cidade: São Paulo e Nova York; senti preconceito quando: vi um ex-namorado ser espancado por um raivoso homofóbico; senti amor quando: todos os dias quando acordo do lado do homem que eu mais amo no mundo; estado civil: solteiro só no papel; herói LGBT: Oscar Wilde